sábado, 25 de fevereiro de 2012

PALMEIRAS REFORMULA SEU ESCUDO

 Está sendo divulgado na internet, informalmente, algo que seria o novo brasão do Palmeiras. O novo desenho tem poucas alterações em relação ao que está consagrado pelos usos e costumes, apenas algumas correções técnicas e adequações históricas. Veja abaixo o brasão, como é conhecido atualmente, e como será caso as mudanças sejam aprovadas (clique para ver a imagem ampliada):




 Á primeira vista, pouco se percebe de diferente, a não ser que o “P” e o “S” ficaram mais arredondados. Mas fazendo uma análise um pouco mais rigorosa, percebe-se que foi feito uma adequação técnica nas letras, direcionando-as ao mesmo ponto de fuga. Vejam a figura abaixo (clique para ver ampliada):

 Outras mudanças, de cunho histórico, foram feitas. O número de linhas dentro do escudo suíço aumentou, de 14 (não há registro do porquê serem 14 linhas, mas pode-se especular que seja pelo ano de 1914, ano da fundação do Palestra Italia) para 26, em referência ao dia de fundação do clube. O aumento do número de linhas faz o fundo do escudo ficar mais “escuro”, realçando o grande “P” – que, aliás, foi outro objeto de reforma. Vejam abaixo:

 O desenho atual, olhando-se isoladamente, parece cheio de gambiarras, com linhas tortas e sem harmonia. O redesenho, além de remeter ao “P” do antigo brasão do Palestra Italia, está muito mais simétrico.
 O estatuto do clube define seus símbolos da seguinte forma:
TÍTULO X
DOS SÍMBOLOS E UNIFORMES
Art. 138 – A SEP tem uma Bandeira, um Galhardete, uma Flâmula de Lapela, um Escudo e um Brasão.
Art. 139 – A bandeira da SEP é bicolor, alvi-verde; sobre o centro de um campo verde, gravam-se dois aros brancos concêntricos e circunjacentes; dentro dos quadrantes inferiores, em caracteres brancos, gótico-germânicos eqüidistantes do aro interno, escreve-se: “PALMEIRAS”; no interior de tais círculos, há outros dois menores, um de cor branca e outro de cor verde, que alcançam mais os quadrantes superiores, à volta de um campo branco nos quais se salienta um escudo suíço, de cor verde, com orla alvi-esmeraldina em cujo frontispício se desenha um “P” maiúsculo, de forma especial, já sancionada pelo uso; entre os aros maiores e os menores, em cada quadrante superior, há quatro estrelas brancas, que evocam o mês de fundação da SEP; há uma banda branca, proporcional, que entrecorta o campo verde em diagonal, da parte inferior da esquerda para a superior da direita, sem fazê-lo nos aros; na parte superior central externa dos dois grandes aros brancos concêntricos, bem acima, será colocada uma estrela na cor vermelha, alusiva à conquista da Copa Rio, e abaixo dela, geométrica e proporcionalmente, serão colocadas estrelas na cor branca, tantas, quantos forem os títulos nacionais conquistados. No reverso, há o mesmo desenho e forma geométrica.
Parágrafo Único – O pavilhão é privativo dos mastros da SEP, contudo poderá desfraldar-se em solenidades, reuniões e competições, em que se manifeste o dever ou a oportunidade de sua presença.
Art. 140 – O galhardete guarda, em miniatura, as especificações previstas no artigo anterior, indicado na base do triângulo: “SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS”, em caracteres convenientes; mais abaixo do aro exterior e dele eqüidistante, um cimácio lacrimal, de branco, em um dos quais se grava: “Fundada em 26/VIII/1914” sob estes, próximo de cada extremidade, um modilhão, bordejado de branco. Mais abaixo, em caracteres brancos, escreve-se por extenso, horizontalmente, “São Paulo” e, verticalmente,“Brasil”. Todos os lados do triângulo se tarjarão de branco.
§ 1º – O galhardete poderá ter anverso e reverso, sendo dispensável a banda. 
§ 2º – A flâmula é, em miniatura, a reprodução do galhardete. 
Art. 141 – O brasão da SEP obedecerá à forma geométrica e ao desenho, com as cores e o “P”, referido no artigo 139. 
Art. 142 – Há um escudo de lapela com esmeralda e brilhante, de uso privativo e constante do Presidente da Diretoria, e por este transmissível aos seus sucessores, como símbolo da unidade social e respeito a este Estatuto. 
Art. 143 – A antiga bandeira do “PALESTRA ITALIA” deverá manterse em alfaia adequada e seu feitio e impermeável a deterioração e intempéries.
Art. 144 – O brasão, escudo, galhardete e flâmula, em festejos ou decorações recreativas poderão combinar com o “P” referido nos artigos anteriores, com o psitáculo (Periquito), e com a palmeira.
Art. 145 – Observado o que se determina neste Título, compete à Diretoria Executiva superintender o feitio e particularidades:
I. De uniformes, faixas ornamentos ou decorações, atavios, adereços e similares;
II. De insígnias, estandartes, lábaros ou pendões, emblemas, brasões e distintivos, medalhas e figurações congêneres;
III. De correspondências, logotipos, impressos, móveis, utensílios, alfaias, troféus, galhardetes, e semelhantes;
IV. De troféus e lauréis por conferir, nas modalidades desportivas, graduando-os com a significação realce da cada competição.
V. Da posição das cores privativas da SEP, quando possam confundir com as de rival em competições em que o reclamem as leis.
 O brasão é definido no artigo 141 pelo desenho que está ao centro da bandeira, por sua vez, definida no artigo 139. A forma do “P” é a “sancionada pelo uso”, ou seja, não há especificações técnicas. O tamanho exato dos círculos, bem como o número de listas dentro do escudo, não obedecem a nenhum critério objetivo. Ou seja, a mudança não fere o estatuto, a não ser pelos tais caracteres gótico-germânicos. Eu não faço ideia se os tais caracteres do escudo novo obedecem a essa orientação, alías, não sei nem se o antigo também o faz. Pesquisando na internet, o que mais se aproxima da descrição desse tipo de caracter está neste documento, na página 172. Admito que fiquei na mesma. Seria preciso o parecer de um especialista em tipografia para encerrar a polêmica.
E é exatamente por este detalhe que o símbolo proposto ainda pode depender de uma alteração estatutária. O marketing do clube alega que a mudança no símbolo é exatamente para fazer uma adequação ao estatuto. Sem conhecimento técnico, com exceção da questão dos caracteres, me parece que o atual se enquadra, assim como o novo. Resta saber se a empresa contratada para executar o serviço (que, aliás, elaborou um meticuloso manual para a nova marca, com especificações e medidas para cada detalhe) levou em conta tudo isso.
O atual brasão é maravilhoso. Suas imperfeições técnicas não tiram sua beleza e magnitude. O centenário do clube se aproxima e uma mudança no brasão, para marcar a passagem, não é má ideia. Mas nesse caso, algo a se pensar seria uma mudança radical, um brasão diferente conceitualmente, que servisse como um marco da modernização do Palmeiras, que viesse lado a lado com o surgimento da Nova Arena. Seria a  marca do Palmeiras do segundo século, um tapa na cara dos velhos conselheiros, mas também na cara da tradição. Sem dúvida, uma baita polêmica, nem eu mesmo sei se sou a favor ou contra.
A atualização proposta é apenas uma correção do que já existe, é mais do mesmo. Pessoalmente, acho essa atualização desnecessária, mas também não acho ruim. De fato as linhas ficaram mais harmônicas, simétricas. Por outro lado, já não é o símbolo que aprendemos a amar desde crianças. Há prós e contras. De toda forma, há que se fazer uma rigorosa verificação com relação ao que determina o estatuto, com parecer técnico reconhecido. Ou então, que se altere o estatuto.
FONTE:VERDAZZO.COM

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